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Vamos falar sobre o câncer de mama?

28 de setembro

O câncer de mama, como todos os cânceres, é uma doença genética, causada por uma lesão nos genes das células epiteliais da mama, que nos chamamos de mutação que faz com que as células passam a se multiplicarem sem controle, formando os tumores na mama e invadindo os vasos linfáticos e sanguíneos com risco de disseminação para vários órgãos, que são as metástases.

O câncer de mama é o segundo mais incidente nas mulheres, ficando atrás dos cânceres de pele não melanoma.  São estimados aproximadamente 2 (dois) milhões de novos casos por ano no mundo e no Brasil a estimativa para 2018 é de 59.700 casos novos. Joaquim Teodoro de Araujo Neto, Mastologista do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer-IBCC e Coordenador de Centro de Estudos do IBCC responde a importantes perguntas.

 – Quais são suas causas e fatores de risco? Explique.

        Não existe uma causa única para o câncer de mama, é a associação de vários fatores, ou seja, multifatorial. Os principais fatores de riscos que se associam são: gênero feminino com aproximadamente 100 (cem) casos nas mulheres para 01 (um) nos homens; a idade quando mais idosa a mulher maior é o risco, sendo a faixa etária predominante de 55 a 65 anos; risco familiar, principalmente mãe, irmãs ou filhas com câncer de mama abaixo de 50 anos ou câncer de ovário em quaisquer idades; vários ciclos menstruais ao longo da vida (começa a menstruar muito jovem, abaixo de 12 anos e para após os 50 anos; nunca ter tido filhos e consequentemente nunca ter amamentado ou ter tido o primeiro filho após os 30 anos; o uso de contraceptivos hormonais por mais de 10 anos e o uso de terapias hormonais combinadas (estrógeno e progesterona) na menopausa por mais de 5 anos, são tidos como os principais fatores de riscos.

– Quais são os tipos? Explique cada um, por favor.

        São vários os tipos e estágios dos cânceres de mama. Inicialmente podem ser divididos em “in situ” e invasivo. O termo “in situ” significa que o câncer está dentro dos ductos mamários, ou seja, que ainda não invadiu as estruturas adjacentes, são os cânceres mais iniciais, com taxa de cura de aproximadamente de 98%. Assim que saem de dentro dos ductos e invadem as estruturas adjacentes da mama, são chamados de invasivos, sendo os 02 (dois) mais frequentes o carcinoma invasivo do tipo não especial (antigo carcinoma ductal invasivo) e o carcinoma lobular invasivo que quando são diagnosticados nos estágios iniciais, as taxas de cura são de aproximadamente 95%.

– Quais são os sintomas de câncer de mama?

        O principal sintoma do câncer de mama é o nódulo (caroço) que na grande maioria das vezes é indolor e de crescimento lento. Outros sintomas são a retração da pele, vermelhidão da pele, secreções que saem espontaneamente (sem expressão) dos mamilos, principalmente cristalino como água ou com sangue.

– Autoexame: quando fazer e qual sua importância?

        O autoexame é fundamental para chamar a atenção das mulheres para que tenham a consciência da saúde das mamas. Deve ser feito a partir dos 25 anos na semana após a menstruação. No entanto, o autoexame e exame clínico de palpação feito por profissionais da saúde dão muito o quê nos chamamos de falso-negativo, ou seja, a mulher ou profissional da saúde não percebem nada de alterado, mas a doença já se encontra na mama. Por isso, que todas as mulheres a partir dos 40 anos, mesmo que não sintam nada no autoexame ou que apresentam as mamas normais ao exame de palpação têm que fazer as mamografias anualmente, pois é o melhor exame usado para rastreamento e que proporciona o diagnóstico precoce, aumentando assim as chances de cura e com cirurgias menores.

 – Como é feito o diagnóstico, quais exames são feitos e qual profissional procurar?

        O diagnóstico pode ser suspeitado pelo exame clínico de palpação ou por exames de imagens como a mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. Mas a confirmação é feito através da biópsia. Os médicos Mastologistas são os especialistas que tratam das doenças das mamas.

– Tem cura? Quais são as chances de cura?

Com certeza, principalmente quando diagnosticados nos estágios iniciais, as chances de cura são de 95 a 98%.

– Quais são os tipos de tratamentos? Explique cada um.

Os principais tratamentos são as cirurgias que podem ser as chamadas conservadoras, pois preservam a mama e retira a doença com margem de segurança e as radicais com retirada de toda a mama e a avaliação dos linfonodos da axila quando necessária. A radioterapia ajuda a cirurgia no controle locorregional da doença. Os tratamentos sistêmicos são a quimioterapia, terapia alvo molecular e a endocrinoterapia (bloqueio hormonal) que evitam que células tumorais invadem os outros órgãos e formem as metástases.

Quimioterapia: como funciona e quais são seus efeitos colaterais?

        O princípio da quimioterapia é o uso de medicamentos que matam as células tumorais, evitando assim as metástases. Mas infelizmente ela mata também várias células normais, principalmente as do cabelo, levando a queda dos cabelos que é chamada de alopecia. Também irritam muito o estômago levando às náuseas e vômitos.

Quais complicações podem acontecer?

        Todas as modalidades de tratamento podem ter complicações, as principais são: linfedema (inchaço no braço), limitação motora com perda da força e amplitude dos movimentos do braço do lado da cirurgia. Radiodermite (queimadura da pele pela radioterapia), dor crônica no lado operado e irradiado. Os tratamentos sistêmicos podem levar a insuficiência cardíaca principalmente pela quimioterapia e terapias alvos, antecipação da menopausa com a falência ovariana e consequentemente a infertilidade com a quimioterapia. Tromboembolismo (trombose) e ondas de calor, principalmente com o Tamoxifeno, osteoporose ou perda massa óssea com os Inibidores da Aromatase.

 – Como conviver com o problema?

A fisioterapia ajuda na prevenção e redução do linfedema, bem como na reabilitação motora dos braços. As demais complicações podem ser prevenidas com uso de medicamentos e atividades físicas. 

– Prevenção: quais hábitos e comportamentos diminuem a chance do câncer de mama? Explique.

        Ter bons hábitos de vida, como alimentação saudável, evitar a obesidade, atividade física regular, evitar excesso de bebidas alcoólicas reduzem em aproximadamente 30% de todos os cânceres, inclusive o de mama.

Diretora Médica: Dra. Lilian Arruda - CRM 147953    |    © Copyright 2023 | IBCC Oncologia