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Estudo do IBCC constata que extrato de Unha de Gato é ineficaz na redução de dor articular em pacientes com câncer de mama

18 de fevereiro

Você já ouviu falar na erva medicinal Unha de Gato? O nome científico é Uncaria Tomentosa. Trata-se de uma espécie vegetal encontrada na região Amazônica. O fitoterápico é reconhecido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e costuma ser  utilizado para tratar dores articulares em pacientes com artrite e artrose devido seu potencial efeito analgésico e anti-inflamatório. Entretanto, em um estudo realizado pelo departamento de Pesquisa Clínica do IBCC – Instituto Brasileiro de Controle do Câncer – foi constatado que unha de gato foi ineficaz na redução da dor articular, nas pacientes em tratamento do câncer de mama, usando Inibidor de Aromatase (IA).

O estudo teve a duração de 1 ano, contou com a participação de 70 pacientes na pós-menopausa, com câncer de mama, tratadas em ambulatórios do IBCC, submetidas a terapia com IA e com queixa de artralgia. O IA é um medicamento que faz parte do tratamento dessas pacientes. Ele inibe a enzima aromatase diminuindo a produção de estrogênio (hormônio que é um fator de risco para o câncer de mama). Um dos efeitos colaterais do IA é a dor nas articulações, causa muito comum para a interrupção do tratamento oncológico.

No estudo, 35 pacientes fizeram uso do extrato seco de Uncaria Tomentosa e outras 35 usaram placebo num período de 30 dias. Foram aplicados questionários que avaliaram a dor e a qualidade de vida dessas pacientes, e também foi coletado exames laboratoriais para avaliar a possível ação anti-inflamatória da planta. A constatação foi que apesar de seguro, ou seja, sem oferecer riscos, o extrato da planta não apresentou atividade anti-inflamatória nem melhorou a dor e a qualidade de vida dessas pacientes quando comparado com o placebo. 

 De acordo com o dr. Renan Sordi, residente do departamento de Oncologia Clínica do IBCC e responsável pelo estudo orientado pelo coordenador da Oncologia Clínica do IBCC, dr. Auro del Giglio, “apesar de ter sido um estudo negativo, traz relevância para pacientes que utilizavam a planta como forma anti-inflamatória ou analgésica. A importância da realização destes estudos no nosso serviço é a estimulação dos residentes em adquirirem conhecimento científico, poderem analisar novos tratamentos para seus pacientes e gerarem hipóteses para realização de estudos maiores”, afirma o médico.

 O estudo seguiu todas as recomendações éticas de Pesquisa Clínica com aplicação de Termo de Consentimento a todas as participantes. “Não participaram do estudo, mulheres diagnosticadas ou tratados para doenças que causam artralgia, artrite reumatóide, artrose ou fibromialgia, artralgia antes de usar anastrozol, gravidez ou amamentação, transplantados e pacientes com anemia no momento do recrutamento”, detalha a coordenadora da Pesquisa, Alayne Yamada.

 Ainda segundo o dr, Renan Sordi, para minimizar as dores nas articulações dessas pacientes são recomendados analgésicos comuns, a prática de atividades físicas, técnicas como acupuntura e quando não eficazes, pode-se substituir o tratamento por outro inibidor de aromatase.  Cada caso deve ser avaliado pelo médico.

Dr. Renan Sordi, residente do departamento de Oncologia Clínica do IBCC

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